
Guardadores da Palavra: Quem São os Contadores de Histórias da Comunidade Quilombola de São Tomé?
Conheça os contadores de histórias da Comunidade Quilombola de São Tomé e descubra como suas palavras preservam memórias, tradições e identidades por gerações.
PERSONAGENS E HISTÓRIAS DE VIDA
5/24/20252 min read
Guardadores da Palavra: Quem São os Contadores de Histórias da Comunidade Quilombola de São Tomé?
Num tempo em que o silêncio dos livros era preenchido pelas vozes dos mais velhos, a palavra falada era o maior tesouro de um povo. Na Comunidade Quilombola de São Tomé, no interior da Bahia, os contadores de histórias são chamados de Guardadores da Palavra. Eles não apenas narram causos — eles guardam memórias, traduzem sabedorias e constroem pontes entre passado e futuro.
A Força da Palavra na Cultura Quilombola
O que significa ser um contador de histórias?
Ser contador de histórias em São Tomé é carregar um papel sagrado. Não se trata apenas de entreter. O contador transmite valores, saberes, avisos e ensinamentos de forma oral, em rodas de conversa, ao pé do fogão ou sob a sombra de uma árvore. Cada história é um fio da identidade quilombola, tecido com paciência, emoção e verdade.
Oralidade como forma de resistência e transmissão
Durante séculos, a oralidade foi a principal forma de manter viva a cultura afro-brasileira diante da exclusão dos registros oficiais. Enquanto o mundo apagava histórias negras, o povo de São Tomé as guardava na boca, passando de um para outro como se passa uma herança.
Conheça os Guardadores da Palavra de São Tomé
Histórias passadas de geração em geração
Personagens como o Sr. João, conhecido por suas “chulas” ao final de cada ensinamento, e Dona Eunilde, que dança e conta histórias ao mesmo tempo, são exemplos vivos dessa tradição. Suas memórias falam de fé, festa, luta e cotidiano — um verdadeiro livro falado da comunidade.
Personagens emblemáticos: Sr. João, Dona Eunilde e outros mestres da fala
Sr. João Reis: Contador de histórias, violeiro e poeta da roça.
Dona Eunilde: Líder das Ciganinhas, que resgata a tradição do Reisado com histórias dançadas.
Neo e outros anciãos: Guardam em suas falas os ritos, mitos e crenças locais.
Essas figuras são muito mais que narradores. São guardiões da memória coletiva, que precisam ser ouvidos e valorizados.
Por que preservar essas histórias importa hoje?
Educação cultural e fortalecimento da identidade
Num mundo onde a juventude é bombardeada por conteúdos descartáveis, ouvir uma boa história tradicional é um ato de reconexão com a raiz. Para os jovens de São Tomé, essas narrativas ajudam a entender de onde vieram e o que significa pertencer àquele território.
A importância de registrar e valorizar a oralidade
Registrar essas histórias — em áudio, vídeo ou texto — é um passo essencial para garantir que elas não desapareçam com o tempo. A criação do Museu Virtual Quilombola de São Tomé é uma dessas iniciativas, onde a tradição oral encontra a tecnologia para continuar encantando e ensinando.
Conclusão
Os Guardadores da Palavra não usam microfones, mas suas vozes ecoam por gerações. Eles são a alma falante da Comunidade Quilombola de São Tomé — e merecem ser ouvidos, lembrados e celebrados. Em cada história contada, um pedaço da história do Brasil que o livro de história nunca trouxe à tona.
Você conhece alguém que também é guardador de histórias? Compartilhe esse post e ajude a manter viva essa tradição! E se quiser ouvir ou contar uma história, deixe um comentário abaixo. Vamos girar essa roda de saber!
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