
Querência em São Tomé: Quando o Lugar se Torna História e Resistência Quilombola
Querência é quando o lugar vira história. Descubra como o território em São Tomé é afeto, memória e resistência para o povo quilombola.
TERRITÓRIO E IDENTIDADE QUILOMBOLA
5/24/20252 min read
Querência em São Tomé: Quando o Lugar se Torna História e Resistência Quilombola
“A querência é quando o chão que você pisa também pisa em você — porque ele guarda sua história.”
Na Comunidade Quilombola de São Tomé, cada pedra, cada cacimba, cada árvore antiga tem algo a dizer.
Ali, o território não é apenas geografia — é memória viva, é fé, é família, é passado e futuro entrelaçados no mesmo chão.
Esse sentimento profundo de vínculo com a terra se chama querência.
É mais do que morada. É pertencimento. É raiz. É um pedaço de mundo que nos reconhece, porque a gente também cuida dele.
O que é querência?
Querência é uma palavra com raízes no campo, usada para falar do lugar querido, vivido, habitado com afeto e memória.
Para o povo quilombola, ela ganha ainda mais força: é o pedaço de chão que acolheu os ancestrais, sustentou gerações e segue alimentando o presente com dignidade e história.
Querência é:
O lugar onde você aprendeu a caminhar
A sombra da árvore que viu seu avô descansar
A cacimba onde se buscava água com cantiga
A estrada batida onde o reisado passa todo ano
É um território carregado de significado.
A terra como memória viva e afetiva
Em São Tomé, a terra fala.
Ela fala por meio:
Da casa de taipa onde morou uma rezadeira
Do tambor tocado toda Festa de São Benedito
Do banco de madeira sob o umbuzeiro, onde se ouvem causos antigos
Cada lugar guarda uma história.
E é por isso que, mesmo simples aos olhos de fora, esses espaços são sagrados para quem nasceu e vive ali.
“Querência é onde a memória não precisa de retrato, porque mora no coração.”
Exemplos de lugares de querência em São Tomé
Alguns lugares que carregam a memória coletiva da comunidade:
O terreiro do reisado, onde o som dos pandeiros ecoa há décadas
A Gruta da Peguenta, ponto de fé e promessa
A escola onde gerações aprenderam a ler e escrever o nome da sua terra
Os quintais onde ainda se colhem folhas de cura e se assa o beiju
O campo onde se joga bola de terra batida, com os pés descalços e o sorriso aberto
Esses são territórios de memória — e devem ser respeitados como tal.
Por que proteger a querência é preservar a cultura
A querência é também um direito.
Quando a terra vira mercadoria e os territórios tradicionais são ameaçados por obras, cercas ou promessas vazias, o povo quilombola perde parte de sua alma coletiva.
Proteger a querência é:
Preservar o saber dos mais velhos
Garantir a autonomia da comunidade
Manter vivas as tradições culturais e espirituais
Fortalecer o sentido de identidade coletiva
Sem querência, não há história. Sem história, não há futuro.
📢 Qual lugar de São Tomé guarda sua história?
💬 Conte pra gente: a casa, o rio, a pedra, o banco, o terreiro... Onde mora sua querência? Compartilhe sua memória e ajude a fortalecer nosso território de afetos.
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