Das Grutas de São Tomé ao vulcão: turismo seguro é um direito

Saiba por que turismo seguro é direito e dever, e veja como as grutas de São Tomé podem inspirar práticas responsáveis e valorização comunitária.

CURIOSIDADES E PATRIMÔNIO CULTURAL

6/25/20255 min read

Das Grutas de São Tomé ao vulcão: turismo seguro é um direito

O turismo é uma das formas mais bonitas de se conectar com o mundo. Ele permite conhecer novas culturas, admirar paisagens, encontrar histórias vivas e fortalecer economias locais. Mas ele também carrega uma responsabilidade: o cuidado com a vida. Quando não há planejamento, estrutura e segurança, o que deveria ser um momento de encanto pode se transformar em tragédia.

Foi o que aconteceu recentemente na Indonésia, onde uma turista brasileira, de apenas 31 anos, faleceu após subir o Monte Marapi, um vulcão ativo. A notícia, divulgada pela CNN Brasil, chamou a atenção para os riscos do turismo de aventura sem a devida preparação e alertou sobre a importância de políticas de segurança e orientação nos roteiros turísticos.

Esse acontecimento nos convida a olhar para nossas próprias riquezas naturais e culturais, como as grutas da Comunidade Quilombola de São Tomé, localizada em Campo Formoso, na Bahia. O território, marcado por belezas naturais impressionantes e uma história viva de ancestralidade negra, tem potencial turístico, mas precisa de estrutura adequada para que a visitação ocorra com segurança, respeito e benefício real para a comunidade local.

A tragédia que chocou o Brasil

A jovem brasileira, natural de Minas Gerais, morreu após a erupção do vulcão Monte Marapi, em dezembro de 2023. Ela estava em uma trilha com um grupo de turistas quando foi surpreendida pela atividade vulcânica. Mais de 20 pessoas morreram no mesmo local. O caso escancarou os riscos do turismo feito sem alertas claros, sem infraestrutura suficiente e sem protocolos eficientes de segurança.

Esse tipo de tragédia não está restrito a vulcões ou a destinos internacionais. No Brasil, há muitas áreas turísticas em zonas naturais que também carecem de orientação, sinalização, guias preparados e fiscalização adequada. E isso inclui territórios de comunidades tradicionais, como os quilombos.

Turismo em áreas quilombolas: cuidado com o território e com as pessoas

A Comunidade Quilombola de São Tomé é um desses lugares únicos, onde a natureza e a cultura se encontram. As grutas que atravessam a região não são apenas atrativos visuais. Elas guardam histórias, lendas, passagens secretas e memórias de um povo que resiste há séculos. O ambiente é mágico e imponente, mas também exige respeito e preparo para ser visitado com responsabilidade.

Infelizmente, muitas vezes, o turismo nesses territórios é feito sem planejamento. Visitantes entram sem guias, sem conhecer os riscos, sem respeitar as normas da comunidade e sem considerar os impactos ambientais. Isso compromete a segurança de todos e também fere a autonomia dos quilombolas sobre sua própria terra.

Segurança, infraestrutura e educação turística

Turismo de verdade é aquele que fortalece, não aquele que expõe. Para que as grutas de São Tomé e tantos outros espaços de valor ancestral possam ser visitadas, é essencial que haja estrutura mínima de segurança. Isso inclui:

  • Sinalização adequada nas trilhas

  • Formação de guias locais da própria comunidade

  • Controle do número de visitantes

  • Educação ambiental e cultural para os turistas

  • Respeito às orientações da liderança quilombola

  • Apoio público e investimento em turismo de base comunitária

Turismo consciente é aquele que promove a beleza do lugar sem apagar sua cultura, sem colocar vidas em risco e sem transformar território sagrado em ponto de exploração comercial.

Conclusão

O caso da brasileira na Indonésia não pode ser tratado como um acidente isolado. Ele é um alerta global sobre a urgência de desenvolver o turismo com consciência, com planejamento e, acima de tudo, com segurança. E ele nos convida a olhar para dentro: nossas comunidades tradicionais, como a de São Tomé, têm muito a oferecer ao mundo, mas precisam ser respeitadas e protegidas.

Visitar uma gruta em território quilombola é entrar num espaço de memória, de espiritualidade e de natureza viva. Para que essas visitas sejam experiências verdadeiras e transformadoras, é necessário que elas aconteçam com cuidado, com guias, com escuta e com estrutura.

Turismo é um direito. Segurança no turismo também. E garantir isso é dever de todos nós: poder público, visitantes e comunidades.

Se você valoriza o turismo cultural e sustentável, compartilhe esse post. Vamos apoiar as comunidades que cuidam do seu território e defender o direito a um turismo seguro, justo e respeitoso.