Saberes Ancestrais Quilombolas: Remédios da Terra e Benzimentos que Curam com Fé

Conheça os saberes quilombolas que curam com plantas, rezas e fé. Remédios naturais e benzimentos passados de geração em geração.

SABERES ANCESTRAIS E MEMÓRIA ORAL

5/23/20253 min read

Saberes Ancestrais Quilombolas: Remédios da Terra e Benzimentos que Curam com Fé

“O saber não está no papel, mas na folha, na reza e no coração de quem cura.”

Muito antes dos hospitais, já existiam os quintais que alimentam e curam. Muito antes dos remédios industrializados, havia ervas, raízes e rezas. Nas comunidades quilombolas, o conhecimento sobre saúde foi construído com base na observação da natureza, na escuta dos mais velhos e na fé profunda.

Neste artigo, vamos revelar um pouco dos saberes ancestrais que ainda hoje curam corpos, protegem espíritos e mantêm viva a ligação com a terra e os ancestrais.

O que são os saberes ancestrais quilombolas?

Saberes ancestrais são conhecimentos transmitidos oralmente e pela prática, muitas vezes fora dos livros ou dos laboratórios, mas profundamente eficazes dentro da realidade do povo quilombola.

Eles envolvem:

  • Remédios feitos com ervas locais

  • Benzimentos com orações, cruzes, velas e água

  • Conselhos e cuidados ligados ao ciclo da natureza

Esses saberes são baseados em ancestralidade viva de São Tomé, construídos com base no que a terra ensina e no que os mais velhos viveram e testaram.

Plantas medicinais e usos tradicionais

Na Comunidade Quilombola de São Tomé e tantas outras, o saber das folhas ainda é vivo. Algumas plantas mais usadas incluem:

  • Erva-cidreira e camomila: para acalmar o espírito e o estômago

  • Mastruz (ou erva-de-santa-maria): para vermes, infecções e dores

  • Hortelã: para gripe e congestão

  • Quebra-pedra: usada para problemas nos rins

  • Alecrim e arruda: em banhos espirituais de limpeza

“Cada folha tem seu tempo, seu jeito e sua força. Quem sabe da terra sabe do corpo.”

O poder dos benzimentos

O benzimento é um dos rituais mais poderosos e respeitados nas comunidades quilombolas. Pode ser feito por uma benzedeira ou curador, muitas vezes chamado pela fé, e não por escolha.

Esses rituais envolvem:

  • Palavras de proteção (oradas em segredo ou baixa voz)

  • Ramos verdes (como arruda ou alecrim)

  • Sinais da cruz feitos sobre o corpo

  • Banhos de ervas ou defumações

Os benzimentos são feitos para:

  • Tirar “mal-olhado” ou “vento caído”

  • Proteger crianças pequenas

  • Ajudar na cura de doenças emocionais e físicas

  • Dar equilíbrio e paz

Por que preservar esses saberes é urgente?

Muitos desses conhecimentos correm o risco de se perder, pois:

  • São passados oralmente

  • Não estão registrados em livros

  • Dependem da vivência e da prática

  • Sofrem preconceito ou são vistos como “crendices”

Preservá-los é um ato de resistência cultural. É afirmar que a medicina do povo tem valor, que a cura também mora no quintal, e que a fé é uma forma de ciência da alma.

Conclusão

Os saberes ancestrais quilombolas são mais que tradição, são ferramentas reais de cura, proteção e identidade. Quando uma benzedeira reza, quando um chá é preparado com cuidado, não se trata só de corpo, mas de cultura, espiritualidade e cuidado coletivo.

Preservar esses saberes é manter a memória viva dos que vieram antes e garantir que os que virão também saibam como se curar com fé, folha e amor.

Você conhece algum remédio da sua avó ou benzimento da sua comunidade?

Compartilhe nos comentários ou envie para nosso blog. Vamos registrar, honrar e proteger esses saberes juntos.

Artigos Relacionados

brincarbrincar
enxadaenxada
guardadoresguardadores