
Joana dos Santos: Parteira Quilombola que Aprendeu com Deus a Trazer Vidas ao Mundo
Joana dos Santos foi a parteira tradicional da Comunidade Quilombola de São Tomé. Com fé e mãos abençoadas, ela dizia ter aprendido a fazer partos com Deus. Este post resgata sua história, marcada por sabedoria ancestral, espiritualidade e resistência negra.
PERSONAGENS E HISTÓRIAS DE VIDA
6/16/20252 min read
Joana dos Santos: Parteira Quilombola que Aprendeu com Deus a Trazer Vidas ao Mundo
Em São Tomé, comunidade quilombola do sertão baiano, os nascimentos aconteciam não em hospitais, mas nas casas de barro e fé, sob as mãos firmes de uma mulher que dizia ter aprendido com Deus. Joana dos Santos foi mais que parteira: foi guia, conselheira, presença divina no momento mais delicado da vida.
Aprendizado direto da fé
"Eu aprendi a fazer parto com Deus."
Essa frase não era figura de linguagem. Era sua verdade. Ela confiava no que sentia, no que via e no que Deus lhe mostrava. A cada nascimento, ela pedia proteção e agia com calma e sabedoria, como se cada bebê fosse um milagre, e era.
O que fazia Joana dos Santos
Joana era chamada sempre que uma mulher entrava em trabalho de parto. Não importava a hora. Ela pegava sua lamparina, suas ervas e sua fé. Chegava em silêncio e acolhia com palavras suaves. Preparava o ambiente, massageava a barriga da gestante, fazia rezas, usava chás, panos limpos e sua presença tranquila.
Ela sabia quando o bebê estava chegando só de ouvir a respiração da mãe. Sabia o que fazer mesmo sem equipamentos. Sabia porque sentia, e porque acreditava.
Respeito e Legado
Na comunidade de São Tomé, Joana era conhecida por todos. Muitas pessoas nasceram pelas mãos dela. Outras a viram fazer partos com naturalidade e firmeza, sempre louvando a Deus.
Sua atuação não era só física: era também espiritual e afetiva. Ela transmitia confiança. Era como se sua presença já fosse um alívio para a dor.
Parteiras como Joana: resistência silenciosa
A história de Joana dos Santos representa milhares de mulheres negras que foram, ao mesmo tempo, médicas, psicólogas, curandeiras e guardiãs da vida, tudo isso sem reconhecimento institucional, mas com autoridade comunitária. Foram elas que sustentaram a saúde dos quilombos quando o Estado era ausente.
Joana, com sua fé e mãos de bênção, é símbolo da resistência silenciosa que molda o Brasil profundo.
Conclusão
Joana dos Santos não está nos livros de medicina, mas está na história viva do povo de São Tomé. Ela não fez cursos técnicos, mas foi instrumento divino em cada parto. Dizia que aprendeu com Deus, e quem nasceu pelas suas mãos não duvida disso.
Preservar sua memória é também preservar o valor do cuidado, da fé e da sabedoria ancestral que sustenta os quilombos até hoje.
🎧 Ouça o depoimento que eterniza essa memória:
🔊 Clique aqui para ouvir o áudio completo sobre Joana dos Santos
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