Sabedoria Popular: Como as Parteiras Atuavam e Fortaleciam a Comunidade Quilombola

Conheça o papel das parteiras na Comunidade Quilombola de São Tomé. Descubra como a sabedoria popular e os saberes tradicionais ajudavam a trazer vidas ao mundo e fortaleciam os laços comunitários. Um legado de respeito, cuidado e resistência cultural.

SABERES ANCESTRAIS E MEMÓRIA ORAL

6/9/20253 min read

O papel das parteiras na Comunidade Quilombola de São Tomé

Quem eram as parteiras?

As parteiras sempre tiveram um papel central nas comunidades quilombolas. Em São Tomé, eram mulheres respeitadas, conhecidas por sua habilidade de acompanhar os nascimentos com cuidado e sensibilidade.

Não eram "formadas" em escolas formais, mas aprendiam observando mães, avós, tias, em um processo de aprendizado oral e prático, passado de geração em geração.

Como aprendiam a prática do parto e os cuidados com as mulheres

As parteiras aprendiam com a vivência. Estavam presentes em muitos partos antes de assumir sozinhas esse papel. Observavam como preparar o ambiente, como confortar a gestante, quais ervas medicinais usar, e como agir em cada situação.

Era um conhecimento integrado: não envolvia apenas técnicas físicas, mas também uma compreensão espiritual e emocional do momento do nascimento.

Saberes populares e medicina tradicional

Uso de ervas e práticas de cuidado

O conhecimento das ervas da caatinga era essencial. Parteiras usavam infusões, banhos de ervas, defumações e rezas. Essas práticas ajudavam no alívio das dores, no preparo da gestante e na recuperação pós-parto.

Entre as plantas mais utilizadas estavam:

  • erva-doce (calmante),

  • arruda (proteção),

  • alecrim (força e disposição),

  • quebra-pedra (cuidados pós-parto).

O parto como um ritual comunitário e cultural

O nascimento, no Quilombo de São Tomé, era um momento vivido pela comunidade inteira. Era comum vizinhas ajudarem, cantos serem entoados, orações serem feitas.

Mais do que um ato médico, o parto era um ritual de vida, fortalecendo laços familiares e comunitários.

A importância social das parteiras

Laços de confiança entre parteiras e famílias

As parteiras eram profundamente respeitadas. Tinham um papel de liderança moral. Eram mulheres de sabedoria, procuradas não apenas durante a gravidez, mas também para conselhos sobre a vida, saúde e convivência.

O laço entre parteira e família era construído na confiança mútua.

Parteiras como guardiãs da cultura e da oralidade

Além do conhecimento prático, as parteiras guardavam e transmitiam histórias, lendas e valores da comunidade. Durante os cuidados, compartilhavam contos sobre os antigos, ensinavam canções e fortaleciam a memória cultural do Quilombo de São Tomé.

O legado das parteiras no presente

Reconhecimento cultural e histórico das parteiras

Hoje, muitos reconhecem que as parteiras foram pilares invisíveis da saúde e da coesão comunitária.

Em São Tomé, seus nomes e histórias são lembrados com carinho. Algumas continuam atuando, outras transmitem seus saberes às novas gerações.

Como esses saberes inspiram práticas de saúde comunitária hoje

Os saberes das parteiras inspiram práticas de saúde comunitária, especialmente no cuidado humanizado e no respeito às culturas locais.

Projetos de educação quilombola e de preservação cultural têm buscado registrar e valorizar a atuação dessas mulheres.

Conclusão

A história das parteiras em São Tomé é um exemplo de como a sabedoria popular e o protagonismo feminino fortalecem a identidade e a resistência das comunidades quilombolas.

Valorizar este legado é honrar gerações de mulheres que, com suas mãos e seus saberes, ajudaram a construir um futuro de vida e esperança.

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